quarta-feira, 1 de agosto de 2018

[Séries] 13 Reasons Why (2a Temporada)

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Se há uma palavra para descrever esta segunda temporada de “13 Reasons Why” será, frustração.
Como sabem, a primeira temporada da série, para mim, foi das melhores de sempre. Nunca uma série me tinha despertado tantas emoções ao mesmo tempo. Foi realmente uma grande aposta da Netflix e algo muito bem executado. O mesmo já não posso dizer desta segunda temporada…mas que raio foi isto?
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Para ser sincera, foi quase um sacrifíco assistir a todos os episódios, só o fiz mesmo porque queria saber que temáticas iriam eles abordar desta vez (e também porque no meu grupo de amigos estávamos a ver todos ao mesmo tempo).
O livro que baseou esta adaptação é um stand-alone, por isso, logo à partida, o sentimento era de apreensão. Já se sabe que não há fome que não dê em fartura e, desde que anunciaram que iriam renovar para a segunda temporada, hove logo quem não gostasse muito da ideia (eu incluída).
Este post vai conter um bocadito da minha opinião geral sobre esta temporada e, como seria se esperar, haverá spoilers para quem ainda não assistiu (eu deixei passar bastante tempo antes de publicar esta opinião para evitar isso mas, nunca se sabe).
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No final da primeira temporada, ficamos em choque com a cena do suicídio de Hanna. Uma cena brutal que nos deixa super desconfortáveis. O desempenho dos actores é simplesmente arrepiante. Por essa razão, estáva à espera que o final desta temporada fosse igualmente chocante e intenso. Não foi. Foi apenas banal e frustante.
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Ao longo da temporada acompanhamos o processo que os pais de Hanna levantaram contra a escola da filha. Em todos os episódios, alguém é chamado a tribunal para contar a sua versão dos acontecimentos e descrever a sua relação com Hanna. Uns dizem a verdade e outros, mentem com quantos dentes têm. A advogada que defende a escola é uma das personagens mais nojentas de sempre. A ideia era provar que a escola teria feito tudo o que estava ao seu alcance para tentar ajudar Hanna (o que não fez) e acabam por tentar provar que a Hanna não passava de uma pessoa que sofria de problemas psicológicos, herdados por parte da mãe (ansiedade) e que a protagonista seria uma “prostituta” que fazia bulling com toda a gente. Foi muito baixo. Achei que ia competamente contra o cerne da questão.
Quer então dizer que se um adolescente tem realmente problemas psicológicos (e familiares) que o levam a ter certas atitudes menos correctas não merece ser ajudado desde o primeiro momento? No meu entender esses estão no topo da lista dos que precisam de mais apoio. Vê-los a manchar a imagem de alguém que não aguentou o seu sofrimento e acabou por cometer suicídio, alegando que a rapariga era uma vadia problemática foi uma das coisas que mais me revoltou e quase me fez desistir a meio da temporada.
Até quando o concelheiro, Mr Porter é chamado a depor e o próprio admite que a escola podia ter feito mais, incluindo ele, para tentar salvar a Hanna, dizendo mesmo que as coisas devem mudar, ninguém liga. Isto para mim fechava o caso. Um funcionário da escola (e uma das pessoas que teve o poder de ajudar) admite que não foi feito tudo o que estava ao alcance da escola para salvar a aluna. A escola ainda proíbe os alunos de falarem sobre o assunto, levantando uma espécie de censura no espaço público, agindo como se o assunto fosse uma espécie de vírus que deveria ser contido. What the hell?!
Outra grande “lição” que levamos desta temporada é, se fores rico e popular, podes fazer tudo o que quiseres que as consequências vão ser mínimas, ao passo que se fores pobre e problemático, estás tramado. Vejamos então o caso de Bryce e Justin. Passados séculos, Jessica finalmente aceita denunciar Bryce pela violação na primeira temporada. Justin aceita também contar tudo o que aconteceu à polícia, incluindo a parte em que assume que deixou aquela situação acontecer e que não fez nada para salva a sua namorada na altura. Bryce, como é óbvio, nega tudo sem nenhum vestigio de remorso e acaba apenas com uma punição bastante suave, ficando em liberdade, enquanto Justin vai para uma prisão juvenil. Tipo…como raio é que a pessoa que ataca sexualmente outra não sofre enquanto o outro que não ajudou a rapariga leva uma pena muito mais dura? Não deveria ser ao contrário?
Eu já nem falo das cenas em que Clay interage com o fantasma/visões da Hanna porque…nem vale a pena. A situação das fotografias, que na altura ainda cheguei a pensar que fossem “substituir” a temática das cassetes da temporada anterior, foi outra que me desiludiu. Pensei que cada episódio apareceria uma foto que iria ajudar a contar a história (tal como aconteceu com as cassetes), mas não. Foi apenas aleatório e no fim não serviram para nada. Bah.
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A forma como tentaram concentrar um grande número de temas fortes ao mesmo tempo acabou por aligeirar muito as coisas. Ao sobrecarregar a série com tanta temática (bullying, violações, stress pós-traumático, suicídio, vários tipos de violência, injustiça nos tribunais, abuso de drogas, entre outros) acaba por não destacar nada em particular como aconteceu anteriormente. Por exemplo, na primeira temporada os dois temas principais são o abuso sexual (violação) e o suicídio. Há mais coisas envolvidas mas existe nitidamente um destaque. Aqui, não senti que isso fosse conseguido.
No final da primeira temporada e, tendo em conta, os acontecimentos recentes nos USA com toda a questão da violência com armas, pensei mesmo que uma das temáticas principais seria algo relacionado com isso, especialmente dado que Tyler tem um arsenal de armas escondido no quarto. Foi tudo muito “suave” quando comparado com a primeira temporada, perdendo grandes oportunidade de chocar a audiência como fizeram anteriormente. O choque é que leva ao debate. É algo que faz as pessoas começarem a pensar e a ver as coisas de outra forma, chama a atenção. A única cena que teve perto conseguir esse efeito, foi a da violação do Tyler na casa de banho e mesmo assim…
Mas nem tudo foi mau. Também houve alguns momentos que gostei. A cena do baile em que a música de Clay e Hanna começa a tocar (The Night We Met, adoro esta música) e vêmos todas as emoções de Clay a ressurgir misturando as memórias e os seus sentimentos enquanto ele se desloca para o meio da pista de dança rodeado de casais. O facto de os amigos largarem tudo o que estão a fazer para ir ter com ele, acabando todos a “dançar” juntos enquanto o abraçam foi muito forte e resume bem a montanha russa de emoções que Clay e companhia viveram desde a morte de Hanna. Os feels chegaram em força nessa cena.

Outro momento que achei muito bem conseguido, foi a cena do funeral de Hanna, onde, passados tantos messes, a família e os amigos prestam homenagem a Hanna e o discurso de Clay, em tom de despedida, provoca um aperto nos nossos corações.
Entretanto já foi anunciado que haverá uma terceira temporada…não sei como podem fazer esta históra render mais. Já começou a perder o sentido nesta temporada, se avançam para uma terceira a bater ainda na mesma tecla vai ser muito difícil de assistir. Não estou nada entusiasmada com isto. Tenho muito medo do que vai sair dali. Já chega, senhores. Sigam em frente enquanto estão em alta e não arruinem outra história fantástica.
Laura 😉

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