quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

[Opinião] The Young Elites (The Young Elites #1) de Marie Lu

20821111Editora: Penguin Random House
ISBN: 9780147511683
Título original: The Young Elites
Série: The Young Elites
Ano de Lançamento: 2014
Ano de Lançamento Portugal: --
Páginas: 355
Classificação: ★★ (4/5)

 https://www.goodreads.com/book/photo/25574593-algo-maravilhoso

WOOK - www.wook.pt

Novembro 2015

Sinopse:

"A decade ago, a deadly blood fever swept through the nation. Most of the infected perished, but some survivors were left with strange markings, rumored to signify powerful gifts for those who possess them. And though their identities remain secret, this group of survivors has come to be called THE YOUNG ELITES.The Inquisition Axis seeks to destroy them.The Dagger Society aims to find them before the Inquisition Axis.And Adelina Amouteru just wants to be left alone.But two truths will soon surface: ADELINA'S POWERS ARE FAR FROM ORDINARY...AND SHE IS NOT TO BE CROSSED."
Opinião:


“To love is to be afraid. You are frightened, deathly terrified, that something will happen to those you love. Think of the possibilities. Does your heart clench with each thought? That, my friend, is love. And love enslaves us all, for you cannot have love without fear.” 
Já andava para ler alguma coisa da Marie Lu desde que comecei a ouvir falar na série Legend mas, curiosamente, foi esta a minha estreia com a autora graças, mais uma vez, ao grupo Read-Along do Goodreads. Pois é, este foi o eleito para a leitura conjunta de Novembro no género Fantasia Paranormal e não é que foi uma agradável surpresa?

Não vos vou mentir, o ambiente da narrativa e as personagens são bastante dark. Não estava nada à espera que fosse assim mas, foi precisamente este toque fora do vulgar que me agarrou à história e que tornou este livro ainda mais interessante.
Este é, sem sombra de dúvida, um livro diferente de tudo o que já li no ramo dos YA. Num género muito abrangente mas onde se repetem muitas vezes as mesmas ideias base, este é definitivamente uma lufada de ar fresco.



Aqui, a nossa personagem principal está muito longe de ser a típica heroína. Adelina Amouteru encaixa melhor na categoria de anti-heroína ou até mesmo vilã e é uma novidade apresentarem-nos uma história sob o ponto de vista de um vilão ou até mesmo as suas origens. As linhas que separam o bem e o mal estão bastante esbatidas nesta história. Adelina é egoísta, tem uma aura negra e, por vezes, é um bocadito cobarde. A forma como nos conta a sua história deixa-nos inevitavelmente "de pé atrás", no entanto, conseguimos simpatizar com ela e até "torcer" pela rapariga. Resumindo, não é propriamente a pessoa indicada para salvar o mundo, muito pelo contrário mas, conseguimos compreende-la e até gostar dela. A magia deste livro passa muito por isso. A autora consegue pegar numa personagem que, à partida, não vai agradar à maioria dos leitores e transforma-a em algo que nos deixa curiosos, com vontade de seguir todos os seus passos e acompanhar a sua evolução, à medida que ficamos ansiosos por saber o que vai ela fazer a seguir. No fim, acabei por ter sentimentos muito variados em relação à personagem. A isto chama-se magia literária meus amigos, pura magia literária.



Logo no início, percebemos que a nossa personagem principal é peculiar. Adelina é uma sobrevivente da "blood fever" que assolou o país quando era pequena. A sua irmã mais nova, Violetta e a sua mãe também contraíram a doença mas, apenas as duas jovens conseguiram sobreviver.
A doença era de tal forma agressiva que apenas alguns conseguiram sobreviver. Todos os sobreviventes, sem excepção, apresentavam marcas ou evidências físicas da doença. Pequenas "imperfeições" que lhe conferiram o nome de Malfettos. No entanto, alguns desses sobreviventes, uma minoria, desenvolveu habilidades sobrenaturais, em alguns casos extremamente poderosas, tornando-se um grupo poderoso e temido, conhecido como The Young Elites.

Além das marcas evidentes, deixadas pela doença (cabelo loiro quase branco), Adelina perdeu ainda um dos olhos. Após recuperar da doença, o pai passou a maltratá-la, aproveitando todas as oportunidades para a humilhar, fazendo-a sentir-se fraca, mal amada e uma aberração. A sua relação com Violetta também acaba por sofrer algumas alterações. À primeira vista, a sua irmã mais nova não apresenta marcas tão acentuadas da doença, o que leva o pai das jovens a apostar tudo na pequena. Adelina, começa a sentir ciúmes e inveja da irmã, da sua perfeição e do amor que o pai nutre por Violetta, chegando mesmo a odiá-la em algumas situações. Estes sentimento de Adelina em relação à irmã fez-me lembrar as irmãs de Cruel Beauty de Rosamund Hodge, não consegui evitar é o mesmo género de situação.

Adelina é apenas mais uma malfetto, aparentemente vulgar, até ao dia em que, circunstâncias terríveis e inesperadas, despertam os seus poderes adormecidos. Adelina foge mas é rapidamente apanhada pela Inquisição e condenada à morte. É aqui que surge uma das personagens que mais me intrigou, Teren Santoro, o jovem líder da Inquisição. É igualmente uma personagem bastante perturbada e curiosa, com um ódio de morte por todos os malfettos mas, também ele esconde os seus segredos. É o vilão perfeito para esta história além de ser absolutamente diabólico.



No dia da execução de Adelina, esta é resgatada por um grupo de jovens encapuçados e mascarados que a levam para o seu esconderijo secreto na cidade de Estenzia, no norte de Kenettra. É lá que conhece o Reaper, um dos jovens que a salvou da fogueira e o líder da Dagger Society, um grupo organizado de Young Elites. O Reaper é na realidade Enzo Valenciano, o príncipe herdeiro de Kenettra, exilado após sobreviver à febre que lhe conferiu marcas físicas como o cabelo vermelho e a habilidade de conjurar e controlar o fogo (uma habilidade que adoraria ter!*.*). O grande objectivo da Dagger Society é derrubar a Rainha Giullietta (irmã de Enzo) e o marido, devolver o trono a Enzo e assim acabar com os preconceitos e perseguições aos malfettos. Basicamente é uma missão quase
Enzo apresenta-a a Raffaele Bessette, seu braço direito, e aos restantes membros dos Dagger. Adelina acaba por se aproximar bastante de Raffaele que a ajuda a passar despercebida na multidão e a descobrir mais sobre os seus poderes. Adelina tem o poder de criar ilusões que podem afectar todos os sentidos, uma habilidade bastante poderosa e útil. No entanto, os jovens descobrem que os poderes de Adelina têm uma origem fora do comum. As suas ilusões alimentam-se principalmente do medo, da raiva e de outros sentimentos mais negativos, tanto dela como dos que a rodeiam. Isto assusta Raffaele, que teme que a rapariga se deixe levar pela escuridão, tornando-se demasiado poderosa e acabando por se revoltar contra o grupo, destruindo-os a todos. 
“You have goodness in your heart, but your darkness overwhelms it all; your desire to hurt, destroy, and avenge is more powerful than your desire to love, help, and light the way.”  

O esconderijo dos Dagger, a Fortunata Court é muito peculiar, não estava nada à espera das actividades que decorrem naquele lugar e do papel de Raffaele mas, adorei toda a mística que o envolve. Há aqui muito de veneziano, onde predominam as cores luminosas, os brilhos e as máscaras. Gostei mesmo muito de todo o cenário, que acabava por atenuar um pouco a escuridão da narrativa.
O facto de termos acesso à perspectiva de várias destas personagens, mesmo que apenas em pequenas passagens, dá igualmente, uma nova luz à história. Ao entrarmos dentro das suas mentes, conseguimos aumentar a escuridão e a intensidade da história à medida que o nível do dramatismo cresce, o que chegou a ser um pouco irónico pois, muitas vezes, as personagens, as suas acções, e motivações eram o oposto da forma como Adelina os via. É realmente brilhante!
“I hereby pledge to serve the Dagger Society, to strike fear into the hearts of those who rule Kenettra, to take by death what belong to us, and to make the power of our Elites known to every man, woman, and child. Should I break my vow, let the dagger take from me what I took from the dagger.” 
Como já referi, esta história é bastante dark, por isso, é de esperar que o romance não seja uma das suas características principais. No entanto, no poucos momentos fofinhos (porque, apesar de tudo, há espaço para momentos mais românticos), dei por mim a suster a respiração. Os momentos de romance podem ser escassos mas, quando surgem, são muito cativantes e deixam-nos a chorar por mais.

“Fear creates the strongest illusions. Everyone has darkness inside them, however hidden.”




Fiquei completamente rendida desde o início. É realmente um dos livros mais complexos, originais, dark e interessantes que li nos últimos tempos. Tudo desde o mundo, as personagens e a história respiram awesomeness que nos deixa agarrados. Está muito bem estruturado, desde uma primeira parte, onde nos é introduzido/descrito o mundo e a forma como a politica e a magia funcionam, até que chegamos ao climax e BUM! É um livro cheio de surpresas, grandes revelações, voltas e mais voltas, acontecimentos que me apanharam completamente desprevenida e claro, alguns momentos "What the..?!".
Uma verdadeira montanha-russa de emoções e foi essa a razão por ter demorado tanto tempo para escrever esta opinião. Mesmo passadas algumas semanas continuou sem conseguir ultrapassar certos acontecimentos do final. 
Wow, é realmente um excelente começo para uma série e mal posso esperar para saber o que vai acontecer em The Rose Society que, quase que aposto, vai ser algo do outro mundo!




Ah, e depois disto, tenho MESMO que ler a trilogia Legend!
“I am tired of being used, hurt, and cast aside. It is my turn to use. My turn to hurt.” 
 Laura ;)


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