sexta-feira, 3 de abril de 2015

Opinião: "A Cada Dia" de David Levithan

Editora: TopSeller
ISBN: 9789898800107
Ano de Lançamento Portugal: Fevereiro 2015
Tradução: Susana Serrão
Páginas:281
Classificação★★★★ (4/5)



      
Março de 2015


Sinopse:
"A cada dia A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida:
NUNCA SE APEGAR MUITO.

EVITAR SER NOTADO.

NÃO INTERFERIR."
Opinião: 

Este era outro livro que estava na minha lista há bastante tempo. A sinopse intrigou-me bastante. Parecia o tipo de história que não aparece todos os dias. E realmente não o é.

Este livro fez-me questionar tudo e mais alguma coisa. Adorei! É uma história que nos deixa completamente agarrados desde o início.
"Acordo.
De imediato, tenho que descobrir quem sou. Não é só o corpo - abrir os olhos e descobrir se a pele do braço é clara ou escura, se o cabelo é curto ou comprido, se sou gordo ou magro, rapaz ou rapariga, pele macia ou com cicatrizes. O corpo é a coisa mais fácil à qual adaptar, quando se está habituado a acordar num novo todas as manhãs. É a vida, o contexto do corpo, que pode ser dificil de assimilar.
A cada dia sou alguém diferente. Sou eu mesmo - sei que sou eu mesmo - as também sou outro alguém.
Tem sido sempre assim."
É assim que começa a história e é assim que conhecemos A.

A é algo que nunca chegamos a perceber o que é. Tem características humanas mas não é um ser físico. É algo.
Todos os dias A acorda num corpo diferente, num lugar diferente. A única coisa que tem certa é que vai acordar num corpo de alguém que tenha a sua idade (ou seja, se tem 16 anos só acorda em corpos com 16 anos, quando fizer os 17, passa a acordar em corpos de 17). Nunca repete a mesma pessoa duas vezes e nem ele sabe porque é que é assim ou o que o leva a saltar de corpo em corpo. O que sabe é que à meia-noite tudo termina e começa uma nova vida no dia seguinte.

A tenta manter a vida dos seus hospedeiros o mais normal possível, no entanto só o corpo é que não lhe pertence. Os sentimentos, as emoções, os pensamentos, a personalidade é toda dele. É como se por um dia aquela pessoa se evaporasse e no dia seguinte tivesse apenas noções pouco nítidas dos acontecimentos.
A tem tudo sob controlo até ao dia em que acorda no corpo de Justin e se apaixona pela namorada do rapaz, Rhiannon.
É aqui que a verdadeira história começa. Como pode haver uma relação em entre duas pessoas se uma delas, a cada dia, é uma pessoa diferente?


Apesar da simplicidade da história são abordados os mais diversos assuntos que nos fazem questionar e pensar na nossa humanidade e testam os nossos valores. Quase que somos transportados juntamente com A para a vida daquelas pessoas. Chegamos quase a sentir as suas mágoas e queremos fazer qualquer coisa para ajudar. É fantástico quando um livro consegue despertar em nós todo o tipo de sentimentos e nos leva a pensar em conceitos éticos mesmo sem nos apercebermos.

O final deixou-me sem palavras. Por um lado, correu tudo como esperava mas deixou-me uma sensação de vazio. Preciso de saber o que acontece a seguir e, foi por isso que fiquei bastante chateada quando descobri que vai ser lançado um segundo livro que, em vez de ser a tão desejada continuação, é exactamente a mesma história mas do ponto de vista de Rhiannon. Bah, não quero o ponto de vista dela (nem gostei assim tanto dela, para ser honesta). Quero mais, quero saber o que aconteceu, o que é o A e quero um final feliz para ele.

A piada deste livro vem também de nos aventurar-mos com o mínimo de informação possível. Cada um terá a sua própria experiência e isso é o melhor desta história.
Não deixem de ler, é fantástico!




Laura ;)

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